São Paulo Comissões
A Transição Energética e as Oportunidades para Empresas no Brasil
Evento da Comissão de Infraestrutura da CCIFB-SP, apresentando as últimas tendências e soluções em eficiência energética e descarbonização para o setor corporativo
Como o setor elétrico pode enfrentar os desafios crescentes de consumo e sustentabilidade? O webinar "As a Service: saiba como essa tendência pode ajudar sua empresa a acelerar a transição energética", realizado pela Comissão de Infraestrutura da CCIFB-SP no dia 12 de dezembro, abordou essa questão e o cenário atual do setor elétrico, com ênfase nos principais desafios relacionados ao consumo e à sustentabilidade. Os palestrantes convidados foram Maria Fernanda Finamor, da Engie Solutions; Marcelo Nicodemos Varlese, da Greenyellow do Brasil; e João Carlos Salgueiro de Souza, da Schneider Electric. A moderação ficou a cargo de Felipe Alves Pacheco, sócio do Chenut. A Comissão é liderada por Fernanda Assis Souza, também do Chenut.
Eficiência e Sustentabilidade no EaaS – O "Energy as a Service" (EaaS) é um modelo inovador que permite às empresas acessar serviços essenciais, como energia, gás e vapor, sem a necessidade de investir diretamente na infraestrutura necessária. “Em vez de arcar com altos custos de instalação e manutenção, as empresas pagam apenas pelo consumo”, explicou Maria Fernanda. “A Engie, por exemplo, se comprometeu com a neutralidade de carbono até 2045 e oferece soluções personalizadas que ajudam na transição para uma matriz energética mais limpa. Esse modelo traz benefícios como a redução de custos e maior foco no core business das empresas, permitindo também o uso de tecnologias avançadas e mais sustentáveis, como IoT e inteligência artificial, para otimizar os serviços.” Segundo ela, a consultoria especializada é essencial para garantir a adaptação desse modelo às necessidades específicas de cada empresa, além de planejar uma transição segura e sustentável.
Para a convidada, a implementação é a fase crucial de um projeto, onde todas as ideias e planejamentos se tornam realidade. “É uma etapa que requer extrema atenção, pois sua execução reflete diretamente a qualidade do resultado final”, afirmou. “A equipe reconhece a complexidade do processo e, apesar dos obstáculos, mantém o comprometimento em encontrar alternativas para garantir o sucesso do projeto”, acrescentou. Além disso, o gerenciamento de utilidades é essencial para garantir a competitividade e a eficiência de um projeto. Ele envolve a utilização de ferramentas especializadas que ajudam a controlar e comparar o desempenho de empresas em diferentes setores, além de otimizar o consumo de recursos como energia e água. Isso não só assegura a viabilidade financeira de um projeto, mas também a melhoria contínua das operações das empresas. Esse gerenciamento é essencial para empresas que buscam integrar soluções inovadoras, oferecendo um produto final que garanta economia e sustentabilidade.
Transição energética acelerada – A Greenyellow, empresa francesa fundada em 2007 e com sede em Paris, tem se destacado no mercado global, com mais de 1.000 funcionários e operações em 18 países. A companhia investiu mais de 2 bilhões de euros em contratos de geração renovável e eficiência energética. "Hoje, estamos próximos a 1 gigawatt-pipa de capacidade solar fotovoltaica instalada e nossos projetos de eficiência energética geram uma economia anual de 125 gigawatt-hora", compartilhou Marcelo Varlese. No Brasil, onde atua desde 2014, a Greenyellow tem mais de 230 megawatts de usinas solares em operação, além de contribuir com a economia de 175 gigawatt-hora por ano através de soluções de eficiência energética. "Já investimos mais de um bilhão de reais no Brasil para financiar projetos dos nossos clientes", destacou.
A empresa se posiciona como parceira aceleradora da transição energética, oferecendo soluções como geração renovável e eficiência energética por meio do modelo "ESA-Service", que permite às empresas implementarem projetos sem a necessidade de desembolso de capital. "A energia mais barata é aquela que não é consumida", afirmou Varlese. O modelo inclui a implementação de sistemas solares fotovoltaicos, a otimização do consumo de energia e a substituição de equipamentos, com foco em reduzir os custos e emissões. A Greenyellow também proporciona benefícios financeiros aos clientes, como a possibilidade de desconsolidação de ativos e previsibilidade de custos a longo prazo. "Isso permite que o cliente foque no seu core business, deixando o risco da operação e manutenção com o parceiro", concluiu Varlese.
Eficiência energética como serviço – João Carlos Salgueiro de Souza apresentou a Schneider Electric, empresa global francês que fatura cerca de 36 milhões de euros anuais e foca em sustentabilidade e descarbonização. Seu objetivo até 2025 é que 80% do faturamento venha de soluções que ajudem seus clientes em seus desafios ambientais, com a meta de reduzir 800 milhões de toneladas de CO2. “Atuamos em cinco áreas principais: eficiência energética, eletrificação, digitalização, economia circular e crescimento verde”, explicou.
A Schneider enfatiza a importância de um começo estruturado e independente na jornada de descarbonização das empresas. Segundo o convidado, "não existe hoje, para o cliente, a possibilidade de conversar com um projeto de Energy as a Service isolado de uma estratégia estruturada". A recomendação da empresa é iniciar com a análise do impacto ambiental e um inventário de emissões, para que as reduções possam ser feitas sem prejudicar o crescimento econômico.
A proposta da Schneider vai além de um simples fornecimento de energia, com o conceito de "Energy Efficiency as a Service". O objetivo é integrar projetos de eficiência energética, como o uso de bombas de calor e a recuperação de calor, para reduzir custos e emissões. “O projeto de Energy as a Service não deve ser visto como uma troca de equipamentos, mas como uma análise sistêmica da planta, permitindo economias substanciais e maior sustentabilidade a longo prazo”, apontou o convidado. A empresa também destaca a importância do financiamento disruptivo, onde o modelo de negócios permite que o investimento necessário seja gerado pelas economias obtidas. “Essa jornada é, acima de tudo, uma construção colaborativa, onde o foco está em transformar desafios em oportunidades reais. Juntos, podemos não apenas explorar todo o potencial do mercado, mas também gerar um impacto significativo e positivo para o futuro”, finalizou Souza.
Assista ao webinar completo: