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Como a IA mudará a sociedade? Comissão de Comunicação e Marketing da CCIFB discute tema do momento (e do futuro)

Coisas unicamente humanas, como empatia, ética e imaginação’ podem potencializar usos da inteligência artificial, diz palestrante Mathieu le Roux 

 

O impacto que a inteligência artificial terá no mundo do trabalho, negócios e na sociedade em geral foi o tema de webinar realizado, no dia 24 de maio, pela Comissão de Comunicação e Marketing da Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB). O evento teve apresentação da diretora da entidade, Corinne Fontenelle, e mediação do líder da Comissão, Jean Saghaard. O palestrante convidado foi Mathieu le Roux, um dos fundadores da franquia latinoamericana da Le Wagon, empresa especializada em programação e ciência de dados.

Que a inteligência artificial já se encontra entre nós não há mais dúvidas. Um futuro de Black Mirror é o presente. O ChatGPT, lembrou Mathieu, passou em exames de advogado nos Estados Unidos, saindo-se melhor do que a maioria dos candidatos humanos.

Mas, a nova vertente de inteligência artificial, turbinada pelo aprendizado de máquinas, terá um efeito positivo na sociedade e no mundo do trabalho? Ou mudará o curso da história trazendo mais problemas do que soluções?

Mathieu cita o pensador Noah Harari para justificar seu ponto de vista. Segundo o filósofo israelense, o Homo Sapiens prevaleceu na Terra ao se adaptar e jogar com suas forças: espírito colaborativo contra a força bruta do Neandertal – derrotado na batalha da sobrevivência.

“Nossas forças são as fraquezas da inteligência artificial. Coisas profundamente e unicamente humanas, como empatia, consciência, valor, ética e sensibilidade”, disse o palestrante. “Computadores são bons para informação de dados e conhecimento intelectual e lógico. Se vai para conhecimento profundo, entendimento, sabedoria e propósito, ainda é nosso campo”, acrescentou.

Mathieu afirmou que os seres humanos devem focar nesses aspectos e buscar a especialização. A solução para um bom uso da IA, apontou, é atuar ao lado dela, usando a ferramenta para cada um se tornar melhor em sua área.

O executivo afirmou ainda que a IA pode trazer grandes inovações no campo da ciência, pois a tecnologia poderia ser usada para identificar tumores e ajudar na produção de remédios. “As perspectivas são gigantescas”, disse o especialista, que também é líder da French Tech.

O líder da Comissão, Jean Saghaard, ressaltou o crescimento do ChatGPT: “Em um mês chegou a 100 milhões de usuários. Aquela palavra etérea, inteligência artificial, que a gente está ouvindo há muito tempo, nos últimos meses ganhou muita notoriedade. A gente percebe ela chegando próxima de nós”.

Mathieu disse que, graças à IA, programas de edição de imagens podem criar objetos, e não somente retocar. Outro exemplo positivo é o uso da inteligência artificial para melhorar a qualidade de vida de pessoas com algum tipo de necessidade especial.

“Com eletrodos, existe a capacidade de praticamente ler o pensamento. Ferramentas ajudam pessoas conscientes, mas sem movimentos, a se comunicar”, afirmou.

Por outro lado, Mathieu argumentou que não faz sentido o ser humano competir com a inteligência artificial em tarefas como coletar informação e calcular algoritmos. “A gente vai acabar se especializando em tarefas que são somente para humanos. Atividades não rotineiras e cognitivas, nas quais é preciso se adaptar em função de algo que muda toda hora, inventar uma resposta cada vez que se coloca uma pergunta”.

Assista o webinar na íntegra:

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