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Desbravando o mercado brasileiro: caminhos e desafios

Webinar da Comissão de Comércio Exterior abordou diretrizes para expandir nos setores de exportação e distribuição

No dia 14 de maio, a Comissão de Comércio Exterior organizou o webinar “Exportação e Distribuição no Brasil: Estratégias Vencedoras”. O palestrante convidado foi Cyprien Hoffet, CEO da Novatrade Brasil e vice-líder da Comissão.

                Hoffet falou sobre as diferentes formas de expansão comercial no Brasil, além de informações sobre a importação de mercadorias e os impostos envolvidos nas transações comerciais. O convidado destacou, também, os desafios que as empresas estrangeiras enfrentam ao entrar no mercado brasileiro, como a complexidade da legislação fiscal. “No Brasil, estabelecer uma empresa implica custos e tempo consideráveis”, alerta. “Abrir uma filial demanda investimento inicial e pode demorar até que a operação esteja funcionando plenamente.” Apesar disso, acrescenta, é importante criar uma base sólida para o futuro: “a realização de uma due diligence minuciosa é crucial; essa complexidade fiscal permite ocultar problemas mais facilmente. É fundamental garantir a transparência da empresa adquirida ou estar ciente de possíveis questões que podem ocorrer.” Para Hoffet, é necessário que as empresas compreendam a estratégia de preços e tarifas para determinar o custo final de revenda dos produtos. Ele mencionou a compensação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no estado de destino e os diferentes tipos de venda no Brasil, cada um com um impacto tributário, como exemplo dessa complexidade. Segundo o convidado, os desafios logísticos no Brasil acompanham a sua dimensão continental, principalmente devido à predominância do transporte rodoviário e à falta de infraestrutura ferroviária.

A logística internacional entre o Brasil e a França foi apontada como outro desafio para as empresas que lidam com comércio exterior, especialmente em relação aos prazos de transporte. Segundo o especialista, o processo de desembaraço aduaneiro no Brasil ainda enfrenta desafios de eficiência em comparação com as práticas na Europa. “Enquanto lá podemos ter mercadorias liberadas em poucos dias, aqui o processo pode levar semanas, tanto por via marítima quanto aérea. Isso impacta significativamente o tempo total entre o pedido e a comercialização dos produtos”, afirma. Outra questão é o sistema de informação robusto da alfândega brasileira, que automaticamente classifica e alerta para valores discrepantes. Por isso, afirma Hoffet, é preciso ter cautela, pois subfaturar produtos pode resultar em problemas graves.

O especialista avalia as estratégias que envolvem tanto a abertura de uma filial como a aquisição de uma empresa já existente no Brasil. O primeiro caso permite mais controle sobre operações, marketing e imagem da marca, sendo visto como uma estratégia ideal para investimentos a longo prazo e reforço na presença local. Já a aquisição de uma empresa existente oferece acesso imediato ao mercado, além de contar com rede estabelecida e conhecimento local, embora possa ser mais cara e apresentar desafios de integração e visibilidade financeira da empresa adquirida. Por isso, ressalta, “é importante ter uma boa preparação antes de escolher qual opção seguir, incluindo estudos de mercado, análise da concorrência, precificação e posicionamento do produto. A estratégia ideal dependerá dos objetivos e recursos da empresa”.

Hoffet compartilhou alguns casos de sucesso de empresas estrangeiras no Brasil. O planejamento deve incluir pontos que podem fazer a diferença nos negócios, como a criação de subsidiárias locais e a manutenção de estoques avançados de peças sobressalentes. Um exemplo foi a Batiste, líder mundial em xampu seco, que teve dificuldades ao tentar entrar no mercado brasileiro alguns anos atrás. Agora, a marca conta com a Novatrade para lidar com a parte operacional e regulatória, conseguindo assim se concentrar no core business, marketing digital e expansão de mercado. “O sucesso de uma empresa que se instala no Brasil exige bom acompanhamento desde o início. Minha sugestão é utilizar os serviços oferecidos pela Câmara de Comércio e seus parceiros, como Business France, advogados e contadores”, finaliza.

Confira abaixo o webinar na íntegra:

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