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Fundação Amazônia Sustentável (FAS) trabalha na construção de processos preparatórios conjuntos para COP-30
Confira a entrevista do superintendente da FAS, Virgílio Viana, concedida ao Portal RealTime1
Na antessala do maior evento de sustentabilidade do mundo, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), que em 2025 acontece no Brasil, na cidade de Belém, no Pará, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) trabalha na construção de processos preparatórios envolvendo os diversos setores da região Pan-Amazônica para participação na COP-30.
Confira a seguir entrevista:
RT1: O próximo ano será importante para o Brasil devido à COP-30. Como a FAS está se preparando?
Virgílio Viana: A FAS tem uma série de ações voltadas para a COP, e nós vemos a COP não apenas como um evento, que ocorrerá em novembro do ano que vem, mas como uma série de discussões, processos de tomada de consciência, educação e engajamento de diversos setores da sociedade da Pan-Amazônia na agenda relacionada às mudanças climáticas. Essa agenda é basicamente dividida em duas frentes: uma “agenda de mitigação”, ou seja, contribuir para evitar que o problema se agrave, e a de “adaptação”, que é voltada para as comunidades, aldeias, cidades pequenas, médias e grandes, fazendas e todas as dimensões da sociedade amazônica, que precisam de propostas e alternativas. Ao longo do ano, realizaremos uma série de processos preparatórios para todos esses segmentos, incluindo as indústrias do Polo Industrial de Manaus. Mas não apenas isso – e essa é uma iniciativa que será desenvolvida em parceria. Essa é uma ação que só terá sucesso se conseguirmos trabalhar em conjunto, e essa sempre foi a estratégia da FAS: atuar com um ecossistema de parceiros para tornar as iniciativas o mais ricas possíveis.
RT1: A sustentabilidade é o pilar da ONG e, em tempos em que o ESG está cada vez mais em evidência como a fundação pode contribuir para este cenário na Amazônia?
Virgílio Viana: A agenda ESG chegou para ficar e é parte de uma mudança profunda na estratégia das empresas. Alguns são mais avançados, enquanto outros são menos. Talvez o ponto a ser destacado seja a assinatura formal que fizemos de um Termo de Cooperação com o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), algo muito simbólico. Fizemos isso no final de novembro, e agora, em dezembro, vamos realizar reuniões com diretores e líderes empresariais, especialmente o Polo Industrial de Manaus (PIM). Dentro dessa mesma pauta, também constituímos uma aliança das empresas francesas pela Amazônia, uma iniciativa que despertou grande interesse, tanto nas empresas francesas baseadas no Brasil quanto em suas sedes em Paris. Isso abre muitas novas perspectivas, considerando que 2025 será o Ano do Brasil na França e da França no Brasil. Será uma via de mão dupla, e a FAS está trabalhando para que as empresas se preparem para o engajamento em ações na Amazônia, especialmente.
RT1: Quais as ações de maior destaque da FAS em 2024?
Virgílio Viana: As principais ações nossas estão relacionadas aos pilares do que chamamos de prosperidade, comunidades e aldeias indígenas da Amazônia profunda: envolvimento soluções de energia solar, de acesso a água potável e internet, e esses três fatores e componentes do desenvolvimento sustentável são essenciais para alavancar outros, como o acesso à saúde, o acesso à educação, ao empoderamento de lideranças e ao empreendedorismo de bases comunitárias. Então, esses investimentos são essenciais para que esse passo seja dado.
RT1: E sobre os projetos e investimentos da fundação para 2025?
Virgílio Viana: As áreas de investimento da fundação no ano que vem incluem uma parceria muito importante com o governo da Alemanha, que envolve ações no estado de Mato Grosso, no estado do Pará e também no Amazonas. Isso é voltado para ações relacionadas ao apoio aos governos estaduais na redução do desmatamento e na promoção da bioeconomia, com ênfase na economia dos produtos da nossa floresta, dos nossos rios e dos nossos lagos, ou seja, na biodiversidade nativa da Amazônia. Além disso, há um foco em energia solar, que é uma área em que temos investido bastante nos últimos anos.
