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Segurança e Integridade na Governança de Dados

Palestrantes abordam regulamentação, ética e conformidade em evento híbrido da Comissão de Tecnologia e Inovação da CCIFB-SP

A governança de dados, essencial para a integridade e segurança das informações em um mundo cada vez mais digital, foi o foco de um debate realizado pela Comissão de Tecnologia e Inovação da CCIFB-SP em 6 de agosto.

O evento híbrido "Governança de Dados: estratégias para a Gestão Eficiente e Segura reuniu especialistas em tecnologia e privacidade de dados para discutir temas como a criação de políticas de governança, conformidade regulatória, métodos para mitigar riscos e a importância da tecnologia na governança de dados.

Os palestrantes convidados para o evento foram Flavio Wolle, head de Projetos de TI em Global Banking no BNP Paribas; Ernani Teixeira Ribeiro, advogado e sócio-Fundador da ATRA Sociedade de Advogados; e Charles Ribeiro, Presales Solutions Architect na Axway. A moderadora foi Rebeca Polito, diretora de Marketing da Axway. A Comissão é liderada por Marcio Tabach.

Flavio Wolle destacou a complexidade da coleta de dados em um cenário com muitos dispositivos conectados simultaneamente. Segundo ele, para que a Inteligência Artificial produza bons resultados, ela precisa ser alimentada com uma grande quantidade de informações. Ele também ressaltou a importância de uma combinação rígida de regulamentação e ética para garantir a privacidade e proteção dos dados, lembrando que “as empresas devem ter transparência ao usá-los e priorizar aqueles que necessitam de maior governança ou estão mais sujeitos à regulação”.

Setores críticos, como o financeiro, contam com algumas ferramentas são essenciais para garantir a segurança das informações, especialmente na troca e transmissão de arquivos. Além desses recursos, afirma Charles Ribeiro, “a padronização das informações entre plataformas é fundamental para melhorar a segurança e a conformidade do uso dos dados.”

Já o advogado Ernani Ribeiro alertou para a necessidade de integrar a transformação digital à cultura da empresa, devido às rigorosas leis de proteção de dados. Segundo ele, o Direito vem acompanhando as inovações tecnológicas e estipulando novas regulações, especialmente em dados referentes à saúde, trânsito e empregos. Ele mencionou que as multas por mau uso das informações podem chegar a "2% do faturamento bruto anual da empresa, com um limite de até R$ 50 milhões por multa." Uma das maneiras de as empresas estarem preparadas para lidar com o uso correto de dados é a integração entre diferentes áreas ou mesmo a criação de um "comitê de governança digital".

Charles e Flavio discutiram as tendências no uso de tecnologia e dados, destacando a importância da gestão e ranqueamento de dados sensíveis e a necessidade de uma solução performática para monitorar esses dados. Para Charles, uma padronização, ou seja, uma integração entre as diferentes plataformas que armazenam dados, é uma forma de trazer mais segurança ao seu uso e transmissão.

Nas considerações finais, os palestrantes destacaram a importância da regulamentação específica para Inteligência Artificial, transparência no uso dos dados e integração das áreas dentro das empresas, o que traz o amadurecimento do tema internamente e, como consequência, mais segurança na gestão da informação.

 

Assista abaixo a palestra completa:

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