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Segurança em Paris: preparativos para os Jogos Olímpicos

Webinar oferece orientações sobre medidas de proteção e recomendações para visitantes brasileiros durante o evento esportivo na capital francesa

No dia 22 de maio, a Comissão de Gestão de Riscos da CCIFB-SP, em parceria com a Câmara de Comércio do Brasil na França, promoveu o webinar "Rumo aos Jogos de Paris - segurança e recomendações para turistas e torcedores". O encontro online reuniu especialistas em segurança e gestão de crises a fim de fornecer insights valiosos sobre os desafios de segurança associados aos Jogos Olímpicos em Paris e orientações práticas para os brasileiros que estarão na França durante esse período.

Os convidados foram Luiz Roberto Ungaretti de Godoy, adido da Polícia Federal na França, e Lucas Martins Piffer, gerente de Segurança e Gestão de Crise para as Américas na Accor. A mediação foi de Antoine Blavier, líder da Comissão, que iniciou a apresentação ressaltando a importância de compreender abrangentemente os riscos envolvidos nos Jogos, assim como das medidas sendo tomadas para mitigá-los. Ele também destacou a importância de os turistas estarem bem informados sobre segurança e lembrou que, além de Paris, outras cidades serão palcos de competições.

Luiz Ungaretti trouxe à tona a maior preocupação das autoridades francesas e internacionais: as ameaças terroristas. Ele apontou o histórico recente de ataques na França como motivo de apreensão e ressaltou o compromisso das autoridades em garantir a segurança durante os Jogos. O convidado destacou o trabalho prioritário das autoridades francesas na vigilância e comunicação avançada entre os órgãos responsáveis, além de alertar para a propagação de fake news, que pode representar um risco à segurança pública. “É importante que todos estejam atentos à divulgação de notícias falsas, especialmente em momentos importantes, como a abertura dos Jogos. As autoridades se preocupam com isso porque a desinformação pode causar grande tumultos, inclusive com risco de haver pessoas feridas”, afirmou.

Para Blavier, a atual situação, em que policiais já são vistos pelas ruas de Paris, não deve gerar temor exagerado nos cidadãos e visitantes, pois se trata de uma estratégia para alocar recursos humanos, financeiros e tecnológicos visando a prevenção de atentados em dias que terão vários líderes mundiais reunidos. O líder da Comissão mencionou também preocupação com o contexto internacional tenso, exemplificado pela guerra na Ucrânia e os ataques em Israel, o que torna a França um alvo potencial.

Cyberataques – As ameaças cibernéticas foram outro ponto crucial da discussão. Ungaretti afirmou que são esperadas uma série de tentativas de golpes e fraudes online durante os Jogos, o que aumenta a importância da cibersegurança. Ele alertou para a possibilidade de ataques que poderiam impactar infraestruturas essenciais, como sistemas de transporte e saúde, e destacou o trabalho conjunto das autoridades francesas com a Interpol para prevenir essas ocorrências.

Em relação às manifestações e greves, o convidado destacou que, embora sejam direitos constitucionais, o governo pode adotar medidas para evitar que ocorram durante a realização dos Jogos, impactando o evento. Ele também alertou para a probabilidade de crimes comuns, como roubos, especialmente em espaços de maior movimento, como o metrô. Lucas Piffer acrescentou que a rede hoteleira está preparada para lidar com crises e citou os hotéis da rede Accor, que oferecem treinamentos e procedimentos específicos para orientar os hóspedes em diferentes casos de necessidade, desde furtos até emergências médicas. No geral, afirmou, o visitante deve ter cuidados similares aos que se deve tomar em qualquer lugar do mundo. “Recomendamos o uso de cofre e que não sejam deixados objetos ou joias em cima da mesa ou em outro local do quarto. O hotel é uma área privada e, ao mesmo tempo, pública, então é preciso cuidar dos pertences e do telefone celular na recepção, no restaurante e em outros espaços. Recomendamos fortemente que os hóspedes se informem a respeito dos arredores do hotel, como a localização, a infraestrutura e os locais de apoio. Táxi, por exemplo, é mais seguro se indicado pela equipe da recepção. O hotel é o ponto confiável”, recomenda.

Cooperação internacional – Ungaretti falou sobre a participação da Polícia Federal em uma cooperação internacional. Segundo dados oficiais, são esperadas 13 milhões de pessoas para os Jogos, sendo 600 mil apenas na abertura, em 26 de julho. “O desafio é enorme. Foi feito inclusive um levantamento baseado em Inteligência Artificial para saber de quantas janelas de apartamentos podem sair um disparo de arma de longo alcance. Por isso, foi criado centro de cooperação internacional, que conta com a ajuda de equipes estrangeiras”, explicou. “Alguns países contribuirão com sistemas avançados de controle e intercepção de drones, que podem lançar bombas por controle remoto. No caso do Brasil, a equipe da Polícia Federal terá representantes junto aos atletas e ao Comitê Olímpico Brasileiro. Policiais brasileiros trabalharão junto com os franceses nos dias de participação de nossos competidores”, acrescentou.

Piffer diz que a área de segurança corporativa e de crises da Accor faz parte dessa cooperação internacional. “A rede está fazendo ajustes e treinamentos necessários, até porque deve hospedar muitas autoridades de diversos países. Contamos com manual de gestão de riscos e procedimentos para cada situação: ameaças de bombas, greves etc. Tudo já está mapeado e os colaboradores saber como agir, apoiar, se comunicar com a mídia etc.”, assegurou.

Blavier destacou os desafios logísticos durante os Jogos, incluindo restrições significativas de transporte, e desaconselhou o uso de carros. Ele observou que, apesar dos milhões de turistas esperados, muitos parisienses deixarão a cidade durante o evento, dedicando-se a home office ou mesmo em período de férias.

Caso o visitante venha a ser vítima de um crime, o Consulado Brasileiro em Paris pode atender e prestar auxílio ao cidadão brasileiro, inclusive na emissão de passaporte no caso de furto ou extravio. Os hotéis estão preparados para prestar um primeiro atendimento, ajudando o turista a contatar o Consulado, ir à delegacia ou tomar as medidas necessárias, como o pré-preenchimento de um boletim de ocorrência. No caso de emergências médicas, é necessário viajar com um seguro total, que deve ser acionado se necessário. O país conta com um sistema em que um médico pode se deslocar até o hotel ou outro local, desde que não seja uma situação de emergência. Em ocorrências de segurança, Blavier recomenda manter a calma e mostrar aos policiais que não se está envolvido na situação, mostrando mãos livres e evitando correr, por exemplo.

Os convidados indicaram uma série de aplicativos e contatos que o turista deve levar em visita à França e a Paris para o caso de emergências. Os QR Codes e números recomendados podem ser conferidos na apresentação, entre eles o contato do Consulado do Brasil para plantão consular (assistência.cgparis(@)itamaraty.gov.br) e o atendimento ao cliente do Grupo Accor (customercare(@)accor.com.br), lembrando que o hotel deve ser o ponto focal de qualquer situação de emergência.

 

Confira abaixo o webinar completo:

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